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Festival América do Sul exalta tradição do cururu e da viola de cocho em tarde de vivências 3w6t50
Mestre Sebastião Brandão reuniu parceiros e, em gesto simbólico, entregou viola à futuro cururureiro. 1h3aq
Dom, 18 Maio de 2025 | Fonte: Evelise Couto – ASCOM/FAS 2025

Cantado ao som da viola-de-cocho, o cururu é uma manifestação popular típica do Pantanal, marcada por versos improvisados que mesclam a religiosidade, o cotidiano pantaneiro e a sabedoria popular. Foi ao som desse ritmo tradicional que curureiros de diferentes gerações se encontraram na tarde de sábado (17), na Casa da Memória Sebastião Brandão, em Ladário, para a Vivência Curureira, atividade que integra a programação do Festival América do Sul Pantanal 2025.

Durante a tarde, mestres curureiros e aprendizes compartilharam saberes, entoaram cantigas e mantiveram viva a tradição com apresentações de cururu e siriri. O clima foi de encontro e celebração, reforçando o valor da oralidade e da cultura pantaneira como herança coletiva.
Um dos momentos mais simbólicos da vivência foi protagonizado pelo corumbaense Sebastião Brandão, um dos curureiros mais respeitados do Brasill. Ele presenteou o menino José Adriano, de 11 anos, com uma viola, um gesto carregado de significado, que representa a agem do legado cultural às novas gerações.
A relação de José Adriano com o cururu começou dentro de casa. Desde pequeno, ele acompanha o pai, o curureiro José Cabral, de 78 anos, nas rodas e nas cantorias. “Ele me viu cantando desde pequeno e começou a me ajudar, sem viola nem nada. Lá em casa, fizemos um vídeo juntos e eu fui ensinando. Agora, quando a gente está no sítio, ele até pede pra eu cantar pra ele dormir. Se eu não canto, ele fica nervoso”, contou o pai, com orgulho. Ele ainda destaca o impacto do cururu na formação do filho: “Ajuda, tira da rua. A gente faz uma roda, compra um refrigerante, chama os amigos e vai indo. Eles pegam gosto. Eu vou ensinar, para daqui uns anos essa roda ser deles. Minha filha de 8 anos também participa, mas ela, por enquanto, só canta”. José Adriano já expressa esse desejo: “Quero tocar junto com meu pai e também espero que algum amigo da escola queira aprender, para um dia a gente tocar junto”.

Raízes – Nascido e criado em meio à cultura pantaneira, Mestre Sebastião Brandão teve contato desde cedo com as tradições de sua terra. Aprendeu com os mais velhos o valor da memória, da oralidade e da música regional. Mesmo tendo ado um período longe desse ambiente, por conta do trabalho, nunca esqueceu suas origens. Ao retornar para casa, retomou os costumes e ou a se dedicar com firmeza à preservação da cultura local.
Seu principal ofício é a confecção da viola-de-cocho, instrumento típico do Pantanal e símbolo das festas e cantorias da região. Além de produzir o instrumento, Sebastião também se apresenta e ministra palestras em escolas de Corumbá e Ladário, compartilhando com as novas gerações o conhecimento que acumulou ao longo da vida. Seu objetivo é manter viva a tradição e reá-la aos mais jovens, especialmente aos netos, na esperança de que deem continuidade a esse legado.
Mesmo reconhecendo o interesse da juventude por elementos mais modernos, ele segue firme com sua viola de cocho, valorizando tudo o que aprendeu com os antigos e acreditando na força da cultura popular.
Parte dessa trajetória está reunida na Casa da Memória Mestre Sebastião Brandão, o primeiro museu de Ladário, inaugurado em novembro de 2023. O espaço funciona na própria residência do mestre e abriga objetos, registros e histórias que ajudam a preservar não apenas a vida de Sebastião, mas também a identidade cultural da região.

Bruno Ferreira, neto de Sebastião, também participou da vivência e destacou a importância de continuar o trabalho do avô. Aos 24 anos, ele vem cumprindo a missão que recebeu desde pequeno: manter viva a cultura do Cururu, tradição ada por seu bisavô e avô. Ele conta que cresceu em torno dessa vivência, acompanhando as rodas desde pequeno, e que essa ligação sempre foi muito presente em sua vida. “Hoje entendo que é parte do meu propósito não deixar essa tradição acabar e estimular novas gerações”, pontuou.
A vivência encerrou com cantorias e uma roda de conversa entre os participantes, reafirmando o cururu como uma expressão viva da cultura pantaneira, fortalecida pela união entre mestres e aprendizes e pela esperança de que o som da viola-de-cocho siga ecoando por muitos anos.
O Festival América do Sul acontece até o dia 18 de maio, com uma vasta programação cultural. Confira as atrações aqui: https://mscultural.ms.gov.br/festival/festival-america-do-sul/.
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