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NÃO É MAIS ECONOMIA; AGORA É IDEOLOGIA E COMUNICAÇÃO 201526

Ter, 19 Março de 2024 | Fonte: Caio Bruno g2b6y


Em 1992 durante as eleições presidenciais dos Estados Unidos, o estrategista da campanha do democrata Bill Clinton  James Carville ao explicar o favoritismo de seu candidato ante o presidente e candidato à reeleição George H W Bush cunhou uma das frases que se tornaram icônicas no meio político: “It's the economy, stupid!” (É a economia, estúpido!).

Naquela época, os EUA governados por Bush pai amargavam período de recessão econômica. O que foi devidamente capitalizado e um dos fatores da vitória de Clinton sobre o republicano.

A máxima de Carville, de que a economia pode eleger ou derrotar um candidato, foi aplicada com sucesso em diversas eleições no mundo, inclusive no Brasil. Quando os índices econômicos estão bons, não importam outros fatores, o governante é reeleito, assim como o contrário.

Em seu retorno ao Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vem mostrando que a frase já não tem mais o mesmo efeito. Os indicadores econômicos e de qualidade de vida da população têm mostrado melhorias, como o crescimento acima do esperado do PIB (Produto Interno Bruto) em 2023, a inflação sob controle, o mais baixo desemprego desde 2014 e o maior aumento na renda do trabalhador desde 1995.

Entretanto, as últimas pesquisas de opinião mostram a aprovação do presidente em baixa e a desaprovação em crescimento. Uma das explicações é a de que o Brasil não ou imune ao fenômeno mundial da nova direita que, entre suas características, proporcionou a ideologização do voto. Ou seja, não importa tanto os fatores sociais e econômicos e sim, o que se pensa e qual o sentimento sobre determinado político ou partido.

Outra questão que ajuda a entender a queda de popularidade é a comunicação. O Governo parece estar desatualizado e utiliza estratégias comunicacionais tradicionais do tempo das outras gestões petistas e que não geram mais efeitos como antes. Tais como grande aporte publicitário em TVs e Rádios. No digital, utiliza linguagem anacrônica, com baixo engajamento e formatos engessados sem atratividade e interatividade.

O perfil do brasileiro que consome mídia mudou muito. A comunicação vem se tornado cada vez mais horizontal e não vertical, as pessoas querem se sentir contempladas em questões próximas e também produzirem conteúdo e informação.

Lula governa um outro Brasil. Aquele que o consagrou com 87% de aprovação no final de seu segundo mandato em 2010 não existe mais. É preciso estar conectado com os dias atuais e isso inclui além da boa gestão, uma comunicação eficiente que abranja todos os brasileiros, inclusive os que têm ideologia contrária a dele.

Correio de Corumbá

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